“Mênade” vem do grego mainesthai, que significa “estar em fúria divina”.
Não eram apenas seguidoras, mas sacerdotisas oficiais de Dionísio, responsáveis por conduzir rituais secretos.
Muitas vezes usavam o cabelo solto ou trançado com hera, símbolo da união espiritual com o deus.
Cantavam hinos especiais, chamados ditirambos, que mais tarde deram origem ao teatro grego.
Portavam o tirso (bastão envolto em hera e pinha), que simbolizava fertilidade, mas também era usado como arma ritual.
Seus cultos eram realizados em noites de lua cheia, vinculando-as aos ciclos femininos e à fertilidade.
Acredita-se que entravam em transe por meio de dança frenética e consumo ritual de vinho.
Diz-se que conseguiam amansar animais selvagens durante os rituais, uma dádiva de Dionísio.
Muitos governantes gregos tentaram proibir seus cultos por medo do poder social e político das Mênades.
Algumas tradições relatam que em estado de delírio podiam dilacerar animais — ou até homens — com as próprias mãos.
Representavam mulheres livres de convenções sociais, em contraste com a vida restrita da maioria das gregas.
O nascimento da tragédia grega tem raízes nos ritos dionisíacos liderados por elas.
Algumas Mênades também participavam de cultos órficos, ligados à imortalidade da alma.
Usavam peles de animais, como leopardo ou cervo, reforçando sua ligação com a força instintiva.
Do Renascimento até hoje, artistas representam Mênades como arquétipos da liberdade, êxtase e feminilidade selvagem.